Se o Axé Music bebeu da fonte do galope para sua criação, a presença do movimento musical originário da Bahia em uma das festas mais tradicionais do Nordeste não deveria surpreender tanto o público, correto? No entanto, a presença de estrelas do Axé Music no São João ainda é motivo de críticas, mesmo que alguns já tenham aceitado o estilo na festa e em 2025, os municípios baianos, em conjunto, estão investindo mais de R$ 16 milhões na contratação das estrelas.
No último final de semana, Ivete Sangalo, que realizou a abertura do São João de Caruaru, em Pernambuco, defendeu a participação de artistas de Axé na festa por entender que o movimento musical é regional e faz parte da cultura local mesmo após fevereiro.
Há quem justifique a presença de Bell Marques, por exemplo, pela paixão do eterno chicleteiro pelo ritmo, além de discos dedicados ao forró.
Outros, como o forrozeiro Léo Estakazero, que acredita que a presença do axé nas festas de São João não é algo a ser criticado, especialmente pela dedicação de cada um deles a se debruçar na arte junina e no estilo predominante.
“Muitos artistas do axé fazem shows de forró durante o São João. Tem artistas do Axé que respeitam, que gostam, e eles ali colocam metade do show, contratam os sanfoneiros para tocar, veste, se veste caracterizado. Existem pessoas que respeitam isso e se adaptam. Isso também contribui. Daniela Mercury, eu já fiz show com ela, metade do show, só forró. Saulo faz o show, homenagem a Dominguinhos. Bell, o Chiclete com Banana estourou com disco de forró. É uma questão de bom senso, é uma questão de você prevalecer, não perder a característica.”
O Bahia Notícias fez um levantamento com base no Painel da Transparência dos Festejos Juninos do Ministério Público do Estado (MP-BA), dos artistas destaque no Axé Music, incluindo o pagode, que conseguiram emplacar shows durante o São João na Bahia. Lançados até agora estão contratações que somam R$ 16.560.000.